Investimentos: Dado, informação, análise e ruído – Colunas por José Brazuna

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Apesar de causar uma impressão de que dados, informações e análises são a mesma coisa no mercado financeiro, olhando de longe, na realidade são coisas bem distintas. A percepção geral é de que quem possui grandes volumes de dados e os processa em alta velocidade leva vantagem.

O atual momento de “hiper informação” transmite a ideia equivocada de que estar completamente informado é uma vantagem competitiva para se tomar decisões de investimentos mais bem fundamentadas.

A aceleração proporcionada pela Inteligência Artificial para processamento, organização e análise de dados resulta em novas visões e estudos pormenorizados. Um dado é apenas um número isolado. A informação, no entanto, já representa uma percepção sobre um dado; e a análise, um estudo minucioso e criterioso, certo ou errado.

Uma imagem comum utilizada em propagandas e sites do mercado financeiro são as mesas de operação repletas de telas, gráficos e cotações. No passado, a imagem era dos engravatados com vários telefones na mesa, à vezes fumando freneticamente.

Outras imagens batidas, mas conhecidas, em sites e propagandas financeiras são as de bússolas, veleiros cruzando mares e montanhas com alpinistas.

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A mensagem central não gira em torno da importância do que o investidor precisa saber, e sim da coragem, ousadia, análise e perícia para alcançar metas que o profissional do mercado financeiro tem e o cliente não tem. A percepção transmitida é de que o profissional saberá a direção correta e orientará o cliente nesse caminho, sempre cobrando uma taxa, que nem sempre é claramente evidente.

A ideia comum é de que quem possui muitos dados e informações em alta velocidade é um gênio, tendo a capacidade de enxergar oportunidades e, consequentemente, gerar lucros nesse contexto.

É necessário ter cuidado com o excesso de dados e com a influência das alegorias que podem causar uma distorção de percepção e consequentemente decisões equivocadas.

Como reflexão, são discutidos dois episódios históricos de como o acesso à informação e análises interfere no mercado financeiro, com destaque para a rapidez e profundidade.

O mercado financeiro tem se democratizado cada vez mais em termos de inteligência e o acesso a informações está mais amplo e disponível de forma gratuita na internet.

A perspectiva futura aponta para um processo de recomendação e atendimento ao investidor amplamente direcionado pela Inteligência Artificial, barateando e acelerando as decisões.

A orientação é fazer uso da inteligência e moderação, mesmo diante do mundo atual repleto de dados, informações e análises abundantes.

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