A linha do iPhone 16, smartphone mais recente da Apple, será lançada nesta segunda-feira (9). A apresentação dos aparelhos sempre vem carregada de expectativas, não só em relação às novidades, mas também aos preços. É bem verdade que os eletrônicos da marca criada por Steve Jobs nunca tiveram a fama de serem baratos. No entanto, nos últimos anos, eles encareceram (e muito!) acima da inflação.
Preço do primeiro iPhone X preço do último iPhone
O primeiro aparelho da Apple vendido no Brasil foi o iPhone 3G, em 2008. Nos EUA, os aparelhos custavam de US$ 199 a US$ 299. Por aqui, nessa época os modelos eram comercializados principalmente por operadoras de celular. Os preços variavam de acordo com o plano de telefonia do cliente e iam de R$ 1 mil a R$ 2.600.
Corrigidos pela inflação medida pelo IPCA, os aparelhos custariam hoje em torno de R$ 2.461,16 a R$ 6.399.
É importante considerar que na altura em que o iPhone 3G foi lançado ainda não havia os modelos de entrada e intermediário (como seriam os modelos iPhone 15 e iPhone 15 Pro, por exemplo). Portanto, a comparação mais justa para se fazer é com o modelo mais caro de todos. Afinal, naquela época, o iPhone 3G era o único que existia, portanto, já era o melhor de todos.
Atualmente, esse modelo top de linha é o iPhone 15 Pro Max, que é vendido pela Apple no Brasil a R$ 10.999. Isso significa, portanto, que a diferença entre o preço do iPhone 3G para o iPhone 15 Pro Max é de R$ 4,6 mil a R$ 8,5 mil, descontado o efeito da inflação. Portanto, é correto dizer que o preço subiu 77% acima da inflação.
Quando o iPhone 3G foi lançado, o salário mínimo era de R$ 415. Portanto, um trabalhador precisaria de 2,4 a 6,2 salários mínimos para comprar um aparelho do tipo. Hoje, com o salário mínimo em R$ 1.412, o consumidor precisa de mais de aproximadamente 7,7 salários mínimos para comprar o iPhone 15 Pro Max.
Preço do primeiro “top de linha” X Preço do “top de linha” atual
A primeira vez que a empresa lançou a estratégia de separar os modelos em versões básicas e mais avançadas foi em 2014, com o iPhone 6 e o iPhone 6 Plus. O segundo, neste caso, era mais caro por ter algumas vantagens, como a tela maior e a câmera com qualidade superior.
Na época, os valores do iPhone 6 no Brasil partiam de R$ 3.199, no caso do aparelho com memória interna de 16 GB. Já o iPhone 6 Plus custava a partir de R$ 3.599. Corrigidos pela inflação no período, o iPhone 6 custaria a partir de R$ 5.631,24. Já o iPhone 6 Plus, o primeiro “top de linha” custaria hoje a partir de R$ 6.335,36.
Nessa época, com o salário mínimo em R$ 724, o trabalhador precisaria de 4,4 a 4,9 salários mínimos para comprar as versões básica e top do iPhone, respectivamente.
É importante frisar que o preço praticado pela Apple é o mesmo, em dólar, em todo o mundo. Portanto, se ela fabrica um aparelho e vende com margem de lucro de 20%, essa conta será igual em todos os países. O “problema” é o custo extra que provém de impostos e da logística (como o frete, os custos de envio e importação etc) que influencia no valor final pelo qual o aparelho é vendido para o consumidor. Então, se o custo do iPhone no Brasil é maior do que em outro lugar, é devido a essas “despesas extras”.
E agora? Como “acompanhar”?
Tendo em vista que o aumento dos preços do iPhone é uma realidade e não há para onde correr, resta ao consumidor buscar alternativas para conseguir trocar seus aparelhos sem gastar tanto.
Uma delas é, claro, procurar modelos mais antigos. O iPhone 14, por exemplo, foi lançado em setembro de 2022. Na época, ele chegou ao Brasil pela “bagatela” de R$ 7.599 na loja da Apple. Agora, o modelo mais básico, com 128 GB de memória, já pode ser encontrado por cerca de R$ 3.999 em varejistas como a Fast Shop e Magazine Luiza.
O preço atual parece ser atrativo, segundo sites de comparação de preços como o Buscapé e o Zoom. Essas plataformas mostram que, nos últimos seis meses, o aparelho girou em torno desse valor. O menor preço encontrado no período foi de R$ 3.869.
Já o iPhone 15, que chegou ao Brasil no ano passado por versões a partir de R$ 7.299, hoje pode ser encontrado por R$ 4.599 (também na versão básica, de 128 GB de memória) em varejistas como Casas Bahia e Extra. Ainda de acordo com comparadores de preços como Buscapé e Zoom, o valor mais baixo que o aparelho teve nos últimos seis meses foi de R$ 4.199, praticado em março deste ano.
Por fim, há ainda a possibilidade de se alugar um iPhone por meio de startups, como a Allugator, e até mesmo por meio de bancos, como PicPay, Itaú e Bradesco, que oferecem “assinaturas” de aparelhos aos seus clientes.
Foto: Divulgação/Apple
Henrique Pazin – Conhecido como “HP”
Assessor de imprensa e redator desde 2012, viajante & workaholic